segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Peixe ensaboado


O título veio do chapaço Dino, expressão de um amigo dele cunhada pra definir o comportamento do governo capixaba.
Com as devidas licenças vou usá-la pra cima do Sr. Trovão, Paulo Hartung, governador capixaba, que há poucos dias, na visita da Dilma a Vitória, disse apoiá-la pra presidente.
Não faço coro com a imprensa nativa para o "fato histórico", lembrando que ele não fez o mesmo nas eleições de 2002 e 2006.
Adendo meu: no segundo turno de 2006, ele pocou pra fora do país, deixando a brocha na mão do Lula, a despeito da ajuda do presidente pra que sua administração ficasse de pé.
Conceituar atos do Sr. Trovão é um exercício inútil e fútil.
Continua lá, impávido sobre o muro.
O post considera ele peixe ensaboado, humilde contribuição ao rol de outros 'predicados" que o caracterizam aqui: Imperador, Ditador, Bonapartista, PH........
Aqui mais do peixe ensaboado.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Valeu pretinho!


Foi uma separação amigável. Mesmo sendo consensual essas coisas acabam presas a detalhes que prolongam o seu desenlace. Foram quase quatro meses pra legalizar o ato, período em que ocorreram situações capazes de suscitar dúvidas se ele seria consumado.
Ele partiu sem garantias reais, tamanha a euforia do novo proprietário pelo achado, graças ao dote de único proprietário, atestado pela Nota Fiscal de compra. Felizmente imperou a palavra, gesto que deve nortear as relações dos cidadãos.
É claro que fica a lembrança da convivência. Afinal, a relação durou 14 anos. Foi o primeiro carro zero adquirido, desprovido de parâmetro material, mas pela mobilidade.
Foram mais de 215 mil quilômetros rodados, em trechos como Brasília - onde foi comprado, na segunda passagem por lá - Vitória e vice-versa; Brasília-Goiânia; Brasília-Pirenópolis; Brasília-Araguaia pra conhecer as suas "praias'; Vitória-Salvador; Vitória-Jerônimo Monteiro; Vitória-Nova Venécia; e, por último, Aldeia-Brasília e Aldeia-Vitória.
Não há queixas. Ao contrário, mesmo com o agravamento da siringomielia nos últimos anos, o pretinho - Astra 2.0 - foi de uma lealdade ímpar. Os poucos problemas mecânicos aconteceram em locais com recursos.
Valeu pretinho valente!
Sua existência continua.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Registrando


Salvo contratempo, mesmo porque o assunto é árido, fugidio, embora não tenho estatística - a oralidade também é uma forma de registro - a aldeia teve neste ano o primeiro inverno de verdade e um dos dias mais frio dos últimos 40 anos, com a sensação térmica chegando aos 10º.
Convenhamos que pra um maratimba que vive paramentado só de sandália e calção o ano todo foi um descalabro.
Exemplo eloqüente do ocorrido: Nélio, nosso Kojak, figuraça daqui, que diariamente exibe a pança avantajada e a careca brilhante, cuja indumentária se resume a um calção, foi pego de moleton, tênis e camiseta, reconhecido graças ao seu físico e o andar. Pode não ser um maratimba de quatro costado pra exemplificar o fenômeno, mas ele pegou o gosto pelo ar marinho e encarnou o espírito da coisa. Portanto um exemplar fidedigno que não fica devendo nada a fauna local.
Nós que chegamos pra cá há sete anos estranhamos muito a mudança repentina.
O normal são as frente frias que não duram mais que uma semana. O frio foi de lascar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vai entender


Dificilmente terei a resposta pra esta pergunta: O que leva uma pessoa a pular 1,90 metros pra roubar um vaso de planta na sua varanda?
Terça, 17, após o café, rotina da manhã, fomos ler o jornal.
A Paula, surpresa, indagou se eu não tinha percebido alguma coisa.
- Não, respondi.
- Roubaram uma planta - apontou, incrédula para os vasos que ficam na varanda.
Verdade. Faltava o antúrio, presente da irmã Eloisa, quando chegamos à aldeia há sete anos. Com outros dois formava a nossa "coleção" de plantas.
Tinha pouco menos de meio metros de altura e o vaso pesava uns 15 kg de terra. Estava se preparando pra florir nesta primavera, época que também atraia um besouro, de uns cinco centímetros, pra tarefa de polinização.
Já tínhamos sido surpreendidos com o furto de uma lâmpada fluorescente e também de algumas peças de roupas, mas a do vaso com o antúrio foi inusitado.
Reitero, não racionalizo uma resposta para o fato.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De um lado ao outro


Há poucos dias bordejamos por um trecho do Espírito Santo, uma espécie de viagem a um passado recente que, por circunstâncias da vida, consequência da siringomielia, não fazia desde 2004.
Não que eu tenha desistido. Só que agora a logística é mais complexa. Não depende mais só do desejo e de uma bolsa com algumas peças de roupas pra viagem.
Fomos de Marataízes, sul capixaba, a Nova Venécia, no noroeste, um percurso de cerca de 450 km, pra rever amigos.
Foi bom constatar a contribuição positivamente pra humanidade.
Como era sentimental, o périplo deu pra ver o entrecorte do Estado, na figura dos seus rios de água, essencial a vida, que insistimos na sua destruição.
Saímos com a água do rio Itapemirim pra dormir banhados com a do Cricaré. No retorno, experimentamos a do Rio Doce, numa estadia em Linhares.
O percurso permitiu também passar pelos rios Benevente, Jucu, Fundão e Preto.
A limitação não é razão pra novas vadiagens.