quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Comportamento


Os nossos vizinhos são evangélicos. Inclusive, o da frente de casa, é pastor.
É uma das características da aldeia, o grande número de evangélicos, a ponto da quantidade de templos se rivalizarem com as portas de botecos.
As igrejas católicas também não ficam atrás.
Enfim, a disputa por ovelhas aqui é uma batalha encardida.
Uma das observações sobre os vizinhos são os encontros que realizam. Até agora não extrapolaram, portando-se com certa civilidade, sejam eles realizados durante o dia ou à noite, sempre com hora pra começar e terminar.
Não que não falem alto ou não cantam ou não reproduzam músicas em aparelhos ou não tenham crianças.
A minha teoria é que por não rolar bebida alcoólica, os impulsos ficam mais reprimidos, embora demonstrem uma certa liberação, com o êxtase das músicas ou de algumas brincadeiras. São ávidos consumidores de refrigerantes, ruim pra saúde.
Mas nem tudo são flores. Na quadra seguinte tem uma casa que abriga o Povo Sem Praia. Lá o bicho pega. É reduto pesado, de bebida e pesadelo, do tipo aqui o sistema é bruto.
Qualquer feriado, com o de agora, bate a expectativa de confronto. É caso de polícia, que mesmo sendo acionada - tem o respaldo de uma portaria do juiz local -, não entende o caso como "delito grave". Como se fosse possível contemporizar os tipos de delitos. A pena é até discutível.
No feriado de 7 de setembro, os caras barbarizaram com som alto nos carros, cantadas de pneus, barulho de motos sem o miolo da descarga e conversas com mais de 60 decibéis.
É uma sensação de se sentir refém desses energúmenos.
Vamos ver o que acontecerá.