quarta-feira, 20 de maio de 2009

Triste pássaro



Uma das coisas que considero desoladora é um pássaro pousado num fio da rede elétrica. Talvez seja pelas imagens da infância. Fui acostumado ver ele em seu habitat natural, a árvore. Naquele antanho já me sentia desconfortado vê-los em cima de fios de arames de cercas, essa invenção que apartou a humanidade num quadrado, resultando no "cada um no seu.....", uma blasfêmia contra a música, que impregnou moucos ouvidos recentemente.
Saí de mim coisa ruim!
Hoje, 20/05/2009, fomos a Cachoeiro do Itapemirim, aqui no Sul do Espírito Santo.
Cachoeiro transita entre megalópole a um cafundó. Peçam ao Trevisan ou Bininho pra explicarem melhor essa parte.
Fiquei no carro aguardando a Paula, minha mulher, ir ao supermercado.
Por cerca de 30 minutos, observei um pássaro, não sei de qual espécie, sozinho, pousado na rede elétrica. Não era pombo, a praga pardal ou o bem-te-vi, que virou urbanóide.
Primeiro voou em direção a uma árvore ali plantada, refugou e posou na haste que pretende a lâmpada ao poste, voltando, em seguida, ao local de origem.
Novo voo pra outra árvore, capturou um inseto e fez ali mesmo, pousado no fio, o seu banquete solene e descompromissado, sobre as cabeças dos transeuntes apresados e os roncos dos carros em filas lá em baixo. Não deu tempo pra soltar a digestão.
Bom, a mim, restou este desabafo.