segunda-feira, 13 de julho de 2009

Arroz de polvo


A vida é um grande aprendizado. Mas é preciso estar disponível, pois o detalhe do conhecimento pode surgir tanto na experiência positiva como naquela que não deu certo. O não uso da palavra negativa nada tem a ver com qualquer sintoma de transtorno obsessivo compulsivo. Sou positivista. Quando a má fase aparece, fico quieto que ela passa.
Além do mais, o inimigo do aprendizado é a cegueira cognitiva, achar que sabe tudo.
Sexta última, 11/7, rafaadrenalia32@ pagou uma promessa com quase um ano de atraso. Anunciou que tinha conseguido um polvo de 3kg, fisgado pelo seu tio no mar em frente à aldeia. Em princípio relutei. Até então minha experiência estava limitada a fazer o prato, arroz de polvo, que se come no almoço e repete no jantar, com o polvo em torno 1,5kg, por considerá-lo mais fácil ao cozimento. Assim, evita-se que se coma um "arroz de polvo borracha".
Quebramos o paradigma.
O polvo acabou levando mais tempo pra ser cozido, normal, em torno de 2h00, na panela de pressão, contra 1h15 do de menor peso. Sem o tal do ritual de "bater pra amaciar". A grande sacada foi sua visibilidade no arroz, aquilo que chamam belo prato. Por ter os tentáculos maiores, ele acaba sobressaindo, ficando perceptível aos olhos e ao ser mastigado, dando ao paladar a exata noção de estar se fartando como um mortal. E que o mar continue pródigo em ofertá-lo. Amém.
Foi um belo almoço, que juntou a habilidade da Paula, inspirada, polvo com peso ideal, bem conservado, com o desejo reprimido de voltar a fazê-lo e comer.
Apesar de encontrá a iguaria aqui com certa facilidade, o preço anda dando congestão.
Uma parte foi reservada pra outra comilança, imbuída da missão de converter o Rafa a gostar do prato. Talvez assim quando estiver pescando sua lagosta, considere a hipótese de também trazer o polvo, pois são frutos encontrados no mesmo habitat.