sábado, 24 de julho de 2010

Ninguém escapa


- Bom dia! Desejou um senhor, aparentando ter entre 40 a 50 anos, carregando uma pasta e vestindo uma roupa impecavelmente limpa, bem passada e discreta, distinção desse grupo social. O cumprimento seria uma gentileza, ainda muito usual em locais como na aldeia.
-Bom dia! Respondeu a senhora postada na pequena varanda do sobrado, vizinho à nossa moradia, provavelmente tomando o sol da manhã, espantando o frio que teima em continuar implacável porraqui.
- Posso entrar? Indagou o transeunte, crente em arrebanhar uma nova ovelha.
- Não, não! O portão tá fechado! Respondeu a senhora, demonstrando pelo tom da voz que a "visita" não era bem-vinda. Parece não ter se abalado com a recusa. Talvez por ser algo rotineiro em sua peregrinação à cata de ovelhas pra o rebanho da igreja.
Continuou a caminhada, apostando, creio, que mais à frente outro morador esteja disposto a ouvi-lo. Ou não tenha como fugir ao seu assédio, aceitando seu convite a conversão ao Senhor.

Ps: Quando finalizava o texto fui surpreendido por um fato bisonho. Breve estará aqui.