segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O progresso vôa sobre nossas cabeças

Marataízes/ES é daqueles típicos casos do ser ou não, tem mas não tem. A sua emancipação de Itapemirim não passou de um arranjo político de mal gosto, inconsequente, cheio daqueles ingredientes que bem conhecemos, beneficiando só eles, os políticos oportunistas.
Não tem uma superpolução - hoje são cerca de 60 mil pessoas - e muito menos grande extensão territorial. Talvez seriam essas as razões técnicas para a emancipação. Apostaram na divisão, e como disse o outro, "sifu".
Ficou com a maior faixa de litoral, falam em 25 km, não medi, duas a três vezes mais que a parte que coube a Itapemirim.
Nesta região está a "menina dos olhos' da província petrolífera do Espírito Santo, a reserva do pré-sal.
Pois bem, na hora da partilha dos royalties do petróleo, é Itapemirim que fica com a parte maior- a parcela de dez/09 foi de R$ 1.145.007,56, quinto no ranking estadual. Não é nenhuma roda da fortuna, mas mostra bem a inconsequência de certas atitudes, principalmente pra quem precisa tirar leite de pedra.
Resta pra Marataízes olhar pro céu e assistir os vôos frenéticos dos helicópteros, transportando gente de Vitória para as plataformas, e vice-versa.
Da ciência da aldeia: O progresso passa zunindo sobre as cabeças dos maratimbas, deixando ao menos o som do ronco dos motores dos helicópteros pra contar estórias.