sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ode


Sou de Auá Mbaê Porã,Terra Sem Males, utopia indígena que virou Espírito Santo.
Sou da terra da moqueca feita com badejo/namorado/pescada ou robalo, limão, alho, urucum, tomate, cebola, cebolinha, coentro e azeite/óleo, só em panela de barro, talhada pelos dedos e mãos das paneleiras de Goiabeira.
Sou da terra do senhor dos colibris, Augusto Ruschi, e do senhor das orquídeas, Roberto Kautsky.
Sou da terra de Rainor Grecco, o “assassino de árvores”, que fechou por três noites e três dias o Moulin Rouge, a custa do dinheiro fácil do jacarandá.
Sou da terra dos contadores de histórias Carlinhos de Oliveira, Tatagiba e Renato Pacheco.
Sou terra de Raul Sampaio e do violão virtuoso de Maurício de Oliveira.
Sou da terra dos folcloristas Hermógenes e Guilherme Santos Neves.
Sou da terra do Ticumbi de São Mateus e Conceição da Barra, do Congo da banda Amores da Lua, da folia de Reis de Muqui, do Caxambu de Cachoeiro de Itapemirim e das concertinas dos italianos/alemães/pomeranos.
Sou da terra do bombom Serenata.
Sou da terra do café Conilon.
Sou da terra em que se viaja ora olhando o mar, ora olhando a serra do mar, ir à praia ao dia e dormir a noite na montanha. No inverno, acendo a lareira.
Sou da terra da Pedra Azul, da Pedra do Elefante, do Frade e da Freira, do Penedo, do Pico do Itabira, do Caparaó, do Monte Agá, do Mestre Alvaro e de tantos outros relevos que embelezam nossa paisagem.
Sou da terra das cachoeiras da Fumaça, Matilde e Véu de Noiva.
Sou da terra onde a elite pesca o marlin azul e o pescador artesanal o peroá, indispensável num boteco à beira mar.
Sou da terra do ex-senador Dirceu Cardoso, honra política.
Sou da terra escolhida por Anchieta pra escrever o poema da Virgem Maria, do Convento da Penha e do teatro Carlos Gomes.
Sou capixaba. Nem grande e nem pequeno.
Sou do caldeirão das raças.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Elos


O sitio seculodiario.com, de 20/05/10, deu pista pra o repentino caso da deputada estadual, Aparecida Denadai (PDT), com a prefeitura de Presidente Kennedy, paraíso da farra dos royalties.
A parlamentar é a que se deslumbrou com o breganejo Leonardo, que conheceu em Vitória, voando juntos depois pra Cachoeiro de Itapemirim, de onde seguiram em carro pra um show em Jaqueira, comunidade de 100 casas aproximadamente, pago com o dinheiro dos royalties do petróleo que cai do céu em Kennedy.
A nota:

" Ligações perigosas

Há muito mais por trás das gastanças do prefeito de Presidente Kennedy (extremo sul do Estado), Reginaldo Quinta (PTB). No contrato para manutenção de automóveis, por nada menos do que R$ 81,6 mil por ano para manter cada um dos 64 veículos próprios, chama atenção o nome do sócio/proprietário da empresa que papou a bolada, a Impacto Máquinas, Equipamentos e Serviços Ltda. Trata-se de Aldo Martins Prudêncio, que vem a ser o irmão da chefe de gabinete da deputada estadual Aparecida Denadai, Luciane Prudêncio, e também do prefeito de Santa Leopoldina (região serrana), Ronaldo Prudêncio (PDT). Devido a relações estreitas com os dois prefeitos, não resta dúvidas de que, na jogada de Kennedy, há as impressões digitais da deputada. No esquema político de Aparecida sempre figuraram membros da família Prudêncio, ocupando cargos em seu gabinete logo que ela assumiu o mandato na Assembleia Legislativa. A eleição dela se apóia no grupo do ex-prefeito assassinado Aldo Prudêncio, uma das figuras mais populares de Cariacica. Originariamente com base eleitoral somente no município, Aparecida ampliou seu campo para os dois outros municípios. As coincidências não são à toa. Ainda mais em tempo de se fazer caixa de eleição."

http://www.seculodiario.com.br/exibir_socioeconomicas_a.asp?id=547


terça-feira, 18 de maio de 2010

Querendo entender


A Gazeta, de Vitória, que circula no Estado, tem a "pauta do leitor" como canal de "interação" com nóis, aqui, do outro lado do balcão.
Há um ano e meio iniciei a renovação da carteira de habilitação. A clinica da aldeia me encaminhou a junta médica do Detran, em Vitória, onde me enquadraram pra usar veículo com "embreagem manual ou automática ou com transmissão automática".
Na primeira ida ao local senti o descaso com a acomodação dos usuários desse serviço.
Em abril último fiz a prova de trânsito e vi que o local tava ainda mais caidaço.
Apostei na "pauta do leitor" pra cutucar os caras na tentativa de melhorar o espaço, já que todos os portadores de deficiência do Espírito Santo, que precisam do serviço, obrigatoriamente passam lá.
Segunda, 17, encaminhei este e-mail ao jornal:
O local (?) que o Detran disponibiliza pra atender os
portadores de deficiência, nos fundos do prédio
na av. Vitória, altura da antiga loja Bandeirante, é de doer/constranger.
Começa pelo acesso - a rua não tem uma vaga sinalizada.
O "local de espera" é no tempo, sujeito a sol/calor/chuvas.
Os "assentos" são uma tragédia.
Não tô pedindo luxo, mas respeito.
Gostaria q vcs avaliassem.

Ao ler a edição do jornal desta terça, a surpresa:


Pessoa com deficiência critica atendimento no Detran

18/05/2010 - 00h00 (Outros - A Gazeta)

O local destinado para os deficientes físicos que procuram serviços do Detran na Coordenação de Exame Médico e Psicotécnico (CEMP) – no bairro Horto, em Vitória – virou motivo de reclamação. Segundo pessoas com deficiência, o espaço fica nos fundos do prédio, e a situação em que se encontra deixa-os em situação constrangedora.

Essa é a opinião de Carlos Fernando Lima. Segundo ele, o problema começa já no acesso ao espaço. “A rua não tem uma vaga sinalizada. O ‘local de espera’ é no tempo, sujeito a sol, calor e chuvas”, frisa.

Segundo ele, os “assentos” são uma “tragédia”. “Não estamos pedindo luxo. Apenas queremos um pouco mais de respeito”, desabafa.

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES) informou, por meio de nota, que a Coordenação de Exame Médico e Psicotécnico, localizada na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Vitória, possui estacionamento próprio com vaga exclusiva para portadores de deficiência física.

De acordo com a nota, a coordenação possui uma sala específica, e o atendimento é realizado no interior do prédio. Já a espera ao atendimento se dá em uma área coberta adjacente.

Esperava o tratamento dado a outras sugestões dos leitores, pelo menos indo ao local pra checar, o que leva crer que não aconteceu.
Fui atrás de dignidade.
Mantenho minha opinião sobre o local. A área de estacionamento existe, mas é exclusiva dos funcionários.
Eu tentei e não estacionei.

sábado, 1 de maio de 2010

Pára tudo


A política é mesmo coisa do homem.
Os "entendidos" afirmam que o eleitor vota 'pra mudar ou continuar".
A eleição pra prefeito de 2008, na aldeia, foi decidida nos últimos dez dias da campanha, uma vitória do desafiante, não chegando a 400 votos de diferença, contra o prefeito de plantão, na disputa pela reeleição.
Foi um espanto, levando também de rodão as pesquisas que davam favoritismo ao postulante a reeleição.
Passados os primeiros cem dias da posse, tolerância dada aos ungidos pelas urnas, pipocou os primeiros muxoxos contra a autoridade.
Hoje, perto de completar um ano e meio de mandato, a falação é geral.
O mote é um tal de "bota aí um pára tudo", surgido nos botecos pra pedir um destilado, e agora generalizou por todos os lugares, de lares a igrejas, "bocas" a bocas, de 10 a 100 anos.
A deferência, comenta o povo, caiu bem porque, além da paralisia administrativa, ele sorve bem a água, que não é benta.