quinta-feira, 9 de julho de 2009

Olha o "nordestão" aí, gente!


Há tempo que ele não soprava com a intensidade dos dois últimos dias. Fez até pensar no seu desaparecimento, por causa de uma ausência de uns seis meses, o que, convenhamos, é uma eternidade, mas, - ufa! -. um alívio.
Só hoje, tive certeza do seu retorno. Ontem ouvi barulho de folhas rolando no calçamento e sacolas plásticas em voos rasantes. Mas hoje foi mais ousado, entrando pelas frestas das janelas, mexendo com portas, levantando poeira e retorcendo árvores.
Está aberta a temporada do vento nordeste, que não tem previsão pra terminar. Por isso é necessário ser um observador do tempo.
Agora ele começa soprando pelas 9h00, ganhando força nas horas seguintes, permitindo uma convivência até pacífica, calma, de um vento agradável.
Os dias vão passando, entra cada vez mais cedo, às 7h00. mais veloz, como Senna. O seu auge vai de setembro a novembro. E a convivência, agora, já não é tão pacífica. Ao contrário, o tempo fecha.
É complicado andar nas ruas por causa da areia que joga no rosto e olhos, obrigando o uso de óculos. As casas são fechadas. Na nossa rua, ele conseguiu a proeza de quebrar o galho de uma vistosa castanheira.
Aliás, a aldeia é um caso exemplar da sua pujância, maestria, virtudes reconhecidas pelos maratimbas e forasteiros.
Ela é um dos pontos escolhido no litoral capixaba pra ter uma usina de produção de energia eólica.
Nem tudo tá perdido.

Prestenção: Ao avistar uma quantidade expressiva de marolinhas brancas no mar, conhecidas também por "carneirinhos", lição do mestre Pedro, exímio conhecedor do humor dos oceanos, é a materialização da força do vento nordeste soprando, rebeldia domada só pelo seu oposto, o vento sul, que traz consigo a frente fria.