quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O tempo


Este tema não é falta de assunto.
Parafraseando Caetano Veloso, alguma coisa está fora de ordem.
Estou praticamente há quase três meses sem uma sequência na hidroterapia, pra me manter de pé, na luta diuturna pra preservar a sobra de autonomia, consequencia da siringomielia, doença com que convivo há 18 anos, e que progressivamente compromete membros superiores e inferiores.
Aliás, nesses seis anos morando na aldeia, não tinha enfrentado um "inverno" como esse.
Aqui não tem uma piscina coberta. Aquecida tem, mas sua condição de uso, pra um "malacabado", é torturante. E não adianta pedir melhorias. Falta sensibilidade.
Resta, então, contar com generosidade da natureza, que neste ano desequilibrou.
São inúmeros os exemplos. Segunda, 28/9/2009, o sol pocava, alimentando a perspectiva de uma sequência na hidroterapia. Hoje, 31/09, tô de meia, calça de moletom, blusa de frio e devo usar edredom pra dormir, ao invés de uma simples colcha. Não me lembro, neste meio século de existência, ter enfrentado um dia de primavera com essa intensidade de frio.
Na ida a Brasília, pra revisão médica no hospital Sarah, nesse começo de setembro, encontramos uma paisagem verde e o ar com umidade, contrariando a ordem das coisas. Lá é tempo de secura, de sol refletir em vidro, provocando incêndio.
Tremor na Indonésia, tufão no Vietnã, terremoto no Peru, tsunami em Samoa e frio abaixo de zero no sul do Brasil. Como diria Tutty Vasques, é a turnê do fim do mundo por todos os lugares.
Gaia tá reagindo.
E eu, esse pequeno organismo vivo dessa complexa cadeia, torcendo pra engrenar uma sequência de exercícios.