sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Valeu pretinho!


Foi uma separação amigável. Mesmo sendo consensual essas coisas acabam presas a detalhes que prolongam o seu desenlace. Foram quase quatro meses pra legalizar o ato, período em que ocorreram situações capazes de suscitar dúvidas se ele seria consumado.
Ele partiu sem garantias reais, tamanha a euforia do novo proprietário pelo achado, graças ao dote de único proprietário, atestado pela Nota Fiscal de compra. Felizmente imperou a palavra, gesto que deve nortear as relações dos cidadãos.
É claro que fica a lembrança da convivência. Afinal, a relação durou 14 anos. Foi o primeiro carro zero adquirido, desprovido de parâmetro material, mas pela mobilidade.
Foram mais de 215 mil quilômetros rodados, em trechos como Brasília - onde foi comprado, na segunda passagem por lá - Vitória e vice-versa; Brasília-Goiânia; Brasília-Pirenópolis; Brasília-Araguaia pra conhecer as suas "praias'; Vitória-Salvador; Vitória-Jerônimo Monteiro; Vitória-Nova Venécia; e, por último, Aldeia-Brasília e Aldeia-Vitória.
Não há queixas. Ao contrário, mesmo com o agravamento da siringomielia nos últimos anos, o pretinho - Astra 2.0 - foi de uma lealdade ímpar. Os poucos problemas mecânicos aconteceram em locais com recursos.
Valeu pretinho valente!
Sua existência continua.