terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Dubai capixaba




Entra na reta final a obra da Dubai capixaba. A rapidez tem a ver com seu mentor, o Sheik Paulo Hartung, fã do adágio "o olho do dono é que engorda o boi". Foram três visitas públicas dele, desde o início da obra, em dezembro de 2009, até sexta, 12/02/10, a mais recente vistoria. É razoável não desprezar desta conta, os sobrevoos do seu helicóptero nas vindas pra estas bandas do Sul capixaba, cumprindo "agenda administrativa', eufemismo de campanha eleitoral.
Também mandou bem ao escolher o verão pra tocar a obra, pegando carona no povo que vem pra cá se refrescar no oceano e no ar marinho.
Não vi aplausos, embora fosse comum observar grupos de pessoas próximos da obra, certamente confabulando "opiniões técnicas" do achismo, esta nossa instigante mania de sabedoria.
Minha curiosidade mórbida é saber se foi na Praia Central que a Excelência salgou a bifa pela primeira vez na vida. Um dia desfaço o mistério e conto aqui.
Abrindo o jogo: Dubai capixaba foi chupada da coluna do Ancelmo Góis, do jornal O Globo, termo usado pra batizar a obra de recuperação da orla da Praia Central, de Marataízes, sul do Espírito Santo.
São cinco espigões de pedras, lembrando um anzol, construídos a intervalos de 500 metros, num trecho de 2 km de praia, completados por um aterro de 50 a 70 metros de extensão por 3 a 3,7 metros de altura, mar adentro.
A areia misturada a água e otras cositas más - conchas, pedaços de arrecifes, peixes, mariscos, etc, etc.... -, vem por uma tubulação ligada a uma draga no mar, despejando de 2 a 2,5 mil metros cúbicos por hora desta mistura, que é espalhada por tratores de esteiras e retroescavadeiras, fazendo a terraplenagem. A obra impressiona. O valor também: Aproximadamente $ 60 milhões.
Por ser um projeto complexo, envolvendo mar e suas correntes, é bom dar um tempo pra uma avaliação do benefício/impacto.
A expectativa maior é saber se toda a praia será recuperada pra banho. Na base do achismo, aventuro dizer que será mantida a enseada formada no primeiro espigão. O que é pouco pra expectativa local e também pelo investimento.
O restante é uma incógnita pela aposta que fazem na corrente marítima pra aterrar a maior parte da obra, que fica em mar aberto, diminuindo a profundidade, dando segurança de banho as pessoas.
Nas fotos da Paula, captadas pela máquina do "colega meu", os espigões com e sem aterro.
Clique pra ampliar.

Em tempo: A draga, de bandeira norueguesa, com cerca de 16 tripulantes e capacidade pra 400 toneladas de combustível - ela vai a Vitória pra reabastecer-, veio de Portugal, onde executava serviço idêntico, recuperando cerca de 5 km de orla na Costa da Caparica, próximo de Lisboa. Como se vê vão apertando o mar ao redor do mundo. E ele quer o seu de volta, dizia o velho pescador.