segunda-feira, 16 de abril de 2018


           A ORIGEM DO NOME VALA DO SOUZA
A curiosidade sempre me moveu atrás de uma fonte confiável, capaz de identificar a família Souza que emprestou o seu sobrenome ao município de Jerônimo Monteiro, em seus primórdios. Não encontrei a resposta nos livros, restando, então, as fontes primárias. Em outubro de 2017, o amigo alegrense, Sebastião Macarrão, enviou este mapa, doação da pesquisadora local, Zélia Cassa. Repassei a Elaudia Dan, autora desta excelente e didática ilustração, também parceira nesta busca. Até avançamos na localização do termo "Valão", mais tarde transformando em "Vala", usado parcimoniosamente pelo autor do documento, normal pra um período de descoberta. Numa conversa pelo Messenger, o pesquisador e historiador Gerson França disse ter reunido informações sobre o assunto, gentilmente compartilhando os resultados, agora publicado no grupo jeromenses ausentes e presentes. O personagem originário que cognominou o nome Vala do Souza é o português Antônio Jozé de (da Ponte Nova) Souza Guimarães, rico fazendeiro, proprietário de terras nos municípios de Ponte Nova, Manhuaçu e Carangola, entre outros, figura importante naquele contexto mineiro. 
Ele veio pela primeira vez à região por volta de 1815, atrás de ouro nas minas de Castelo, no rastro de outro mineiro, João do Monte, que também andou pelo Vale do Itapemirim em 1811 e depois naquele ano, este mais interessado na abertura de uma estrada entre Ouro Preto, à época capital de Minas, até Itapemirim. Antônio Jozé de Souza teria se apossado das terras em Jerônimo Monteiro, e aberto picadas só na década de 1830, mas não chegou a morar nelas, depois vendidas a terceiros. Este fato pode explicar a ojeriza dos moradores do Cristal, atual centro, um dos núcleos formadores do município, em relação ao nome Vala do Souza, luta empreendida até a sua mudança pra Sabino Pessoa, ocorrida em 1910, denominação do distrito, vigorando os anos de 1940. Outra informação do Gerson França é o casamento de um filho do Antônio Jozé de Souza com a filha do Capitão Mor Manoel Esteves de Lima, este responsável pela tropa de 78 pessoas, reabrindo, em 1825, a trilha entre Minas ao litoral capixaba, aberta por João do Monte. No seu retorno, Esteves de Lima criou os quartéis de Duas Barras, próximo ao encontro dos braços sul e norte, Coutinho, formadores do Itapemirim, é de Pombal, atual Rive, deixando nos locais membros da sua bandeira. Eles foram importantes no apoio aos viajantes e na colonização da região, possibilitando mais tarde o surgimento das cidades de Guaçuí, Alegre, distrito de Rive e Jeronimo Monteiro. Esteves de Lima morou e morreu solitário na fazenda Sta Marta, Ibitirama, onde foi enterrado ao lado de um fiel escudeiro. Este mapa foi encomendado pelo presidente da província de Minas, elaborado entre 1845/46 e publicado em 1847. Disponível no Arquivo Nacional. Jerônimo Monteiro foi emancipado em dezembro de 1958, de Alegre .