quarta-feira, 3 de junho de 2009

Rafaadrenalina32@......


Não faltam histórias numa conversa com ele. Basta começar uma prosa e lá vem com a sua versão, cheia de enredo, com fatos e personagens que se contrapõem aos seus. Aí o papo estica por horas.
Em algumas situações é preciso dizer:
Menos Rafael, menos..... Tamanha é a viagem na maionese que sua fantasia bordeja.
Rafael, colega meu, é nosso vizinho. Tem 25 anos. É um exímio pintor, mesmo não sendo a profissão preferida dele. Mas por caráter e também gostar de ter o seu "troco" no bolso, vai à luta.
Ele gosta mesmo é de chuva, torcendo pra que ela dure 40 noites e 40 dias. Ou anos.
Não tem receio em dizer: - O sujeito que diz que gosta de trabalhar é mentira. Eu não gosto.
A frase, tal como seu pai, é dita com gosto, não deixando pairar dúvidas sobre ela.
Sonha entrar na corporação ou na polícia civil. É pra pegar bandido. Inclusive fez alguns concursos, sem sucesso. Agora planeja ser segurança de transporte de valores.
Combina com sua personalidade, caçador de aventuras.
Uma das suas histórias, por sinal, "verdadeira", é sobre um jacaré, de cerca de 1,70m, da sua altura, que capturou junto com um tio. Ela veio de um gancho dado a ele ao comentar que vimos numa lagoa, às margens da rodovia ligando a aldeia à BR 101, vários jacarés boiando, esquentando sol, em campana a espera de uma presa.
A sua versão: Armaram três anzóis com iscas. No dia seguinte encontraram apenas o que estava preso por um cabo de aço. Iniciaram uma luta encardida com a presa. Só depois de "SETE" facãozadas na cabeça do animal, conseguiram colocá-lo no capô do fusca.
A epopéia prossegui na chegada em casa. Ao abrir o capô, o jacaré, vivinho da silva, pulou, espalhando o povo num raio de 100m, com gente se pendurando em galhos de árvores, subindo em camas, mesas e escondendo dentro de armários. Sem falar nos tropeções e gritos.
Na aldeia não tem corpo de bombeiro e por isso não foi chamado. A Polícia Ambiental era cana.
-Aí já era demais, disse ele. Era preciso tomar tenência e acabar com aquilo. Meteram bala no bicho, que acabou na panela.
Rafael não gostou da carne. Melhor assim. Pelo menos dele, a espécie tá protegida.

Um comentário:

  1. E ai Carlos, tudo blz? Meu nome é Gildomar,sou estudante de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso e, quando fazia algumas pesquisas sobre a siringomielia, acabei chegando ao seu blog - que achei muito interessante. O fato é que meu grupo da faculdade escolheu essa doença como tema de um seminário que realizaremos daqui a menos de duas semanas. Optamos por ela por ser uma doença rara e não muito conhecida pela sociedade e, além disso, por adequar-se ao conteúdo visto por nós nos últimos meses (neurologia). Sendo assim, pensei em citar partes de seus depoimentos aqui do blog - durante a apresentação - para ilustrar aos outros alunos e professores o dia-a-dia de uma pessoa que vive com a siringomielia (se você não tiver alguma objeção, é claro!). Você escreve muito bem e deixa visível a força de vontade e o ânimo em relação à vida que qualquer pessoa deve ter diante ou não de dificuldades. Tendo isso em vista, gostaria de pedir sua ajuda, caso possa fornecer algum outro material online (exames, vídeos, sites, imagens...) que possa complementar nossas informações e nossa apresentação a respeito do assunto.Nosso propósito é chamar a atenção de pessoas que nem sequer sabem da existência de tal doença ou expandir o conhecimento dos que já conhecem e, dessa forma, incitar possibilidades de pesquisas. Para contato, meu email é junim.lopes@hotmail.com. Desde já agradeço. Abraço.

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