quinta-feira, 8 de abril de 2010

Fubá de moinho de pedra


A velocidade com que se processam as mudanças nos costume da sociedade fazem vítimas que são largadas às margens dos tempos atuais.
Aqui na aldeia tem um abatedouro de frango que também vendia pacotes de 1 kg de fubá de milho moído em moinho de pedra movido a água. Nada mais sugestivo pra se fazer um frango com quiabo, acompanhado de uma boa polenta/angu - usamos panelas de barro -, pra um almoço trivial.
Hoje ao entregar um pedido - delivery é o cacete! - indaguei pelo fubá, agora que a colheita do milho terminou, quando se tem a chance de um produto novinho. Ele respondeu que o cunhado, responsável pelo moinho, não planta mais o cereal. Agora e só café. É mais um que passa a comprar no mercado. Assim caminha a humanidade, disse alguém.
Este comportamento observei há cinco anos ao retornar no moinho do "padrinho" Artur Bornella, lá no "Jerominho", de Jerônimo Monteiro/ES, onde na infância ia troquei muito milho por fubá, encontrado com fartura.
Agora é preciso levar o milho e voltar depois pra pegar o fubá.
Nem o adágio "enquanto você vai com o milho eu já voltei com o fubá" resistiu aos tempos atuais.
A civilização começou a triturar grãos em moinhos de pedra manuais, passado depois para os movidos a animais. O estágio seguinte foi a água, vento e vapor, chegando à eletricidade.
Em moinhos de pedra, a moagem ocorre pela alta fricção entre os grãos aliada a pouca pressão, danificando uma parcela menor do amido. O resultado é uma melhor fermentação graças a preservação do farelo e do gérmen numa farinha rica em nutrientes e fibras.
Em Nova Venécia, norte capixaba, descobri uma "nona", família Lubiana, que tem em casa um moinho de pedra movido a eletricidade. Provei da sua polenta, excelente, sendo premiado também com uma generosa porção do seu fubá.

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