sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Oi de casa, o Senhor te chama


Andavam sumidos.
Talvez a presença do povo sem praia intimida o pastoreio e não seja também alvo interessante pra aumentar o seu rebanho.
Aqui na aldeia, semana sim, outra também, de quinta a sábado, estão batendo na sua porta, independente se esteja aberta:
- Oi de casa, posso falar com você.
Se avistam alguém, o assédio é fatal. Apertam o passo pra não te perder. Não querem saber o que você esteja fazendo. Vão logo tirando um folha impressa da bolsa e falando maravilhas da salvação da alma.
O interessante é que a abordagem é sempre feita por mulheres. Andam em grupos de seis, oito, dez pessoas. Os homens ficam separados, portando pastas ou bolsas maiores, que, imagino, cheias dos tais folhetos. Nesta semana vi um menino todo paramentado, caminhando ao lado dos homens. Uma novidade.
A divisão do grupo mostra uma característica reinante neste segmento evangélico, a discriminação da mulher. Outra marca é o estilo da roupa. Saia longa para mulheres, calça escura e camisa branca para os homens, sem falar no cabelo longo da mulher.
Pintou na rua são longo reconhecidos.
São insistentes, não importando se já te visitaram.
Sabe, né? Tão sempre na esperança de te arrebanhar.
Já elucubrei diversas estratégias pra despistá-los. Colocar na frente de casa bustos do preto velho, de Iemanjá e nega maluca, além de carranca, cruz, pra ver se passam longe.
Te escunjuro! Vade reto!
Ainda não consumei o fato.
Aqui tem templos evangélicos em profusão.
A parada é dura com as portas de boteco.
O Luiz AP, grande amigo, de volta ao Espírito Santo, até aventou a possibilidade de criarmos a seita Oh Deus! Vamos fazer amor.

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